Estudo EBD: VITORIA SOBRE A MURMURAÇÃO. (Estudo Bíblico para a Escola Bíblica dominical da igreja Betel Brasileiro Geisel)

Vitória sobre a Murmuração

Textos bíblicos: Números 11.1 e 1 Coríntios 10.10-12

Introdução

A maioria das pessoas teria motivos mais que suficientes para estar satisfeita. Infelizmente, porém, muitas não estão satisfeitas. Vivem descontentes, queixosas, mal-humoradas. São abençoadas com vida e saúde, trabalho e sustento, família e amigos, mas acham que tudo poderia ser melhor.

Segundo as estatísticas, satisfação não está diretamente relacionada com bens materiais. Na Suécia, por exemplo, a cada 100 mil habitantes, 15 dão cabo da própria vida. Na Noruega e na Finlândia, segundo e terceiro colocados no ranking dos países mais ricos, são 18 a 29 suicidas em cada 100 mil habitantes, respectivamente. Já o Brasil, com tantas mazelas, está em 71° lugar nas estatísticas mundiais de suicídio, quatro a cada 100 mil habitantes.

Aprendemos na Bíblia que a murmuração é uma atitude ou sentimento que desagrada a Deus. É como disse T. Watson: "Nossa murmuração é a música do diabo; trata-se do pecado que Deus não pode suportar". O estudo desta ocasião é sobre a cura da enfermidade da murmuração.

1. O que é a murmuração?

A insatisfação se revela pela murmuração. Murmurar significa queixar-se em voz baixa, lastimar-se, resmungar; censurar ou repreender disfarçadamente e em voz baixa; dizer mal, maldizer ou conceber mau juízo.

Na Bíblia aprendemos que a murmuração é um pecado que causa pesar ao Senhor. A ira do Senhor se volta contra os murmuradores: Queixou-se o povo de sua sorte aos ouvidos do Senhor; ouvindo-o o Senhor, acendeu-se-lhe a ira, e fogo do Senhor ardeu entre eles e consumiu extremidades do arraial (Nm 11.1). A murmuração se manifesta contra Deus e contra as pessoas, principalmente aquelas que estão exercendo alguma liderança.

A geração do êxodo liderada por Moisés foi o maior exemplo de murmuração e descontentamento (Êx 14.11-12; 15.23-24; 16.8; 17.3; Nm 11.1-15; 14.26-27; 16.41; Dt 1.27). Vários vocábulos na língua hebraica são utilizados para descrevera murmuração: queixar-se (anan-Nm 11.1); contenda, disputa, rixa, rebelião (rib- Pv 17.1).

No Novo Testamento, os maiores murmuradores foram os fariseus (Lc. 5.30; 15.1-2; Jo. 6.41-42). No original grego encontramos três vocábulos para descrever a insatisfação: murmuração (goggusmos- Fp 2.14); queixa ou motivo de queixa (momphe-Cl 3.13); e gemer, lamentar, queixar-se, reclamar (stenadzo – Mc. 7.34; Hb. 13.17; Tg. 5.9).

2. As causas e consequências da murmuração

Aprendemos na Bíblia que há pelo menos três causas para a insatisfação e, conseqüentemente, para a murmuração:

2.1. A natureza pecaminosa do homem.

Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados (Lm 3.39). Este versículo nos ensina que a insatisfação enraíza-se na nossa natureza pecaminosa. Judas, ao escrever sobre os falsos mestres e suas impiedades, chama-os de homens ímpios, e afirma que os tais são murmuradores e descontentes (Jd 16). A natureza humana é, por si mesma, insatisfeita e murmuradora.

2.2. Quando expectativas e desejos pessoais são frustrados

Há descontentamento quando a pessoa imagina que acharia prazer nas coisas que lhe foram negadas ou tiradas. O povo de Israel tinha o maná de Deus, que vinha do céu diariamente, mas suspirava por peixes, pepinos, cebolas e melões, alimentos que recebiam no Egito (Nm 11.1-6).

2.3. A Incredulidade ou falta de confiança em Deus

Deus foi o responsável em tirar o povo do Egito e conduzi-to para uma terra deleitosa. No percurso, porém, muitas dificuldades foram enfrentadas. O povo murmurava todas as vezes que enfrentava uma dificuldade, mesmo sabendo o que Deus tinha feito no passado. Quando os espias relataram sobre a visita que fizeram à terra prometida, que deveria ser conquistada, com a ajuda do Senhor, o povo respondeu com incredulidade e murmuração (Nm. 14.1-12).

A murmuração é uma ofensa a Deus, uma agressão à Sua maneira de nos tratar. Deus pune com rigor a todos os murmuradores. Disse o Senhor a Moisés: Até quando me provocará este povo e até quando não crerá em mim, a despeito de todos os sinais que fiz no meio dele? Com pestilência o ferirei e o deserdarei; e farei de ti povo maior e mais forte do que Ele (Nm 14.11-12). Após dez atos de murmuração daquela geração que saiu do Egito, Deus os puniu matando-os no deserto e pemitindo que somente Josué e Calebe entrassem na terra prometida (Nm 14.20-24).

3. Como ser curado da murmuração?

Encontramos na Palavra de Deus o remédio para a insatisfação e murmuração. Vejamos alguns princípios:

3.1. Aceite a Jesus como seu Salvador pessoal

Jesus Cristo é a fonte de toda satisfação pessoal. Ele satisfaz as necessidades da alma. Ele declara: "Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede" (Jo 6.35). A fome e a sede são usadas aqui para descrever a necessidade do coração humano (cf. Is 55.1-5).

3.2. Aprenda a viver contente em toda situação

Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e quaiquer situação (Fp 4.11). A expressão aprendi a viver indica que o contentamento é algo que precisa ser aprendido, principalmente, após a nossa conversão a Cristo. O viver contente possui duas faces: a primeira é um estado de espírito e a segunda é uma reação interior às circunstâncias da vida.

3.3. O contentamento, a alegria e a gratidão são mandamentos de Deus

Ainda que não tenhamos motivos circunstanciais para o contentamento, precisamos entender que a satisfação é um mandamento de Deus que precisamos obedecer. Observe o ensino bíblico:

Fazei tudo sem murmurações nem contendas… (Fp 2.14). Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: aiegrai-vos (Fp 4.4). Regozijai-vos sempre (1 Ts 5.16). Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco (I Ts. 5.18).

3.4. Por causa da nossa maldade merecemos muito mais malefícios do que benefícios

Às vezes achamos que somos bons e outras pessoas merecem ser castigadas. Parece até que Deus tem a obrigação de nos abençoar ou impedir que coisas ruins aconteçam conosco. Jesus, porém, nos adverte: Eie, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros gaiiieus, por terem padecido estas cousas? Não eram, eu vo-io afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis (Lc 13.2-3).

3.5. Qualquer que seja o meu sofrimento, ele será sempre menor do que aquele que Jesus Cristo sofreu

Precisamos olhar o exemplo de Jesus e segui-lo: "… pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente" (1 Pe 2.23). Jesus é o maior exemplo de contentamento, pois mesmo sofrendo injustamente, não ficou amargurado nem revoltado, pois sabia que o sofrimento fazia parte da sua humilhação.

Conclusão

A murmuração é filha da insatisfação, que tem sido o traço mais marcante da vida de muitos que se abrigam na Casa de Deus. Para um ateu a murmuração é justificável, mas, para um filho de Deus, não.

Na famosa parábola do Filho Pródigo, Jesus ilustra o espírito de insatisfação e murmuração por meio do segundo filho, aquele que ficou em casa. Estava sob o teto do pai, era dono de tudo, mas não conseguia se alegrar com o que tinha. Ele era filho, mas se achava um empregado (Lc 15.25-32).

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